
quinta-feira, 22 de abril de 2010

quarta-feira, 7 de abril de 2010
São seis anos de trabalho onde esses três elementos vem ganhando força, maturidade. Acredito, hoje, depois do projeto concluído, que esses sãos os elementos que qualquer (pretenso) artista da palavra precisa dominar para sair do assoalho do medíocre e começar a erguer algo consistente: tem que saber escrever (bem óbvio), imaginar (insiro aqui delirar, enlouquecer) e amar.
E como aprendi isso?
Escrever, acho, parece óbvio, foi com a prática. Muita prática. Não somente a prática do meu texto, longe disso! Aprendi muito com a prática dos outros, comparando, lendo e relendo. Nesse “outros” coloco não só os ilustres escritores que dividiram comigo essa peleja (rs), mas os escritores todos, que li e reli (ficção, ou não). Aprendi discutindo e percebendo que se a palavra não diz, não diz e pronto, não perca seu tempo explicando o que quis dizer. Texto é igual a filho, é feito pro mundo e tem que se garantir, não adianta querer proteger.
Imaginar. Muitas vezes a minha mãe foi chamada à escola. A reclamação era sempre a mesma, é um ótimo menino mas presta pouca atenção à aula, quando não está conversando, está rabiscando algo no caderno. Minha mãe vinha então conversar comigo, dizer que eu tinha que prestar atenção. E imaginar ganhava um tom de errado, sonhar algo restrito aos cobertores. Sempre lutei com isso, como uma loucura que pudesse me consumir a qualquer momento, uma infância que não queria dar lugar à maturidade. A Tríade me ensinou que o delírio é parte da sanidade, controlar e se entregar a ele faz parte da tal maturidade. Somos, em essência, loucos, temos o pé em universos paralelos. Se o que se imagina morrera em nossos sorrisos solos em uma sala de espera, ou se vai virar um filme de bilhões de dólares em orçamento, bem, acho que aqui conta muito trabalho com outro tanto de sorte. Mas imaginar é fundamental, para quem trabalha com as mãos ou com a cabeça.
Amar, também, acho que mora dentro do óbvio. Quem é casado, ou viveu um relacionamento mais longo sabe o que vou dizer, viver com alguém não é fácil. Articular suas idiossincrasias com a de outra pessoa, imagine com a de quatro pessoas! Não há como fazer isso sem algo de amor, um projeto, qualquer um, morre sem essa pitada. No meu caso, tive que aprender a amar os meus amigos de jornada, aprender a calar e xingar. Os personagens, vivi muito com eles e tive que aprender a dar voz para suas qualidades e defeitos sem manipulá-los, como se deve ser. E ao projeto, toda essa saga, acreditando que não seria só uma grande perda de tempo. A experiência do amor, das três, é o que torna as palavras receptáculos do eterno e não somente um conjunto de símbolos que representam histórias.
É isso, sei que esse texto é muito passional. Sei também que, talvez, não era isso que esperava encontrar aqui. Contudo, é com ele que escolho começar, algo que dedico àqueles que estão no começo de uma jornada que se fará longa; no meio de uma que já se arrasta por muito tempo; ou no fim de alguma que não obteve êxito. E também porque é aqui que está a essência do que será publicado em breve, esse almagama de palavras, delírios e amor.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Na tríade que une o Anjo, o Templário e o Vampiro, é importante apresentar essas três ricas figuras na exata forma em que brilham nessa trama.
O Anjo
Esse ser mitológico que ecoa nas religiões desde a origem dos tempos, cuja forma cabe a homens e mulheres de fé engendrar, co-existe, normalmente, assim na Terra como no Céu, com outros anjos e entre homens sem ser percebido. E, diferente do que se enganam alguns, os anjos possuem livre arbítrio. Aqui um deles possuirá destacado papel como alguém tão poderoso a ponto de ser capaz de soprar os rumos de alguns homens, reis e, por consequência, seus reinos. Moldando, dessa forma, o destino de toda humanidade.O Cavaleiro Templário
Esse homem lendário que ecoa na História há séculos, cuja coragem é tão atraente quanto os mistérios que o envolveram, dedicou sua espada e a própria vida a sua Ordem. Salienta-se que, a antiga Ordem dos Templários, não era apenas uma das maiores ordens militar-religiosas da História, mas sim, a maior de todas elas. Porque o fim máximo de sua existência era o de buscar, encontrar e defender, longe de olhos maléficos, os maiores segredos da humanidade. Tesouros mais fundamentais ao homem que o próprio ouro.
Por último e não menos importante: algo pavoroso e às vezes belo, repugnante e abjeto aos olhos humanos, surgirá nessas páginas. Uma astuta entidade sobrenatural noctâmbula.O vampiro
Essa quimérica criatura noturna, que ecoa no imaginário de todos os povos do mundo, desde eras imemoriais, cujos relatos são os mais antigos, os mais diversos, e até mesmo dos que os do próprio diabo, é, além de mítica, também mística. Diferente do que se defende em algumas equivocadas convenções, o vampiro é oriundo da magia e sua natureza não é biológica. Em última analise, não é um vírus, bactéria ou qualquer tipo de praga que possa vir a contaminar. Tampouco se trata de uma outra espécie diferente da humana. O vampiro é apenas um homem imbuído de uma condição mística. Jamais possuirá, portanto, uma natureza fixa por se tratar de um ser da sobrenatureza. E nesse reino se foge à razão e não existem limites para o improvável e o impossível.
Três distintas personagens, que venceram a morte e o esquecimento, sendo assim, imortais, cada um a seu modo e fazendo casa na imaginação, diluem-se nessas linhas que ousaremos simplesmente chamar de A Tríade.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Escrevendo a Tríade - parte I

Como surgiu A Tríade?por Carlos AndradeÉ complexo dizer como uma idéia surge. Como professor, por muitos anos, procurei instigar os jovens a escrever, buscando formas diversas de criar oportunidades para a sua realização. No entanto, tudo que escrevi até o momento estava relacionado à produção acadêmica do conhecimento em minha área, embora tivesse vontade de me voltar para a produção literária. Fui sempre um apreciador da ficção e, numa noite, sonhei com três personagens que me fascinaram em minhas leituras: um Anjo, um Cavaleiro Templário e um Vampiro. Ao acordar sobressaltado e envolto nas imagens que ainda se refletiam do sonho, pensei em escrever sobre elas. Surgiu então A TRÍADE ©.
Convidei os escritores Claudio Brites, Kizzy Ysatis e Octavio Cariello para compartilharem comigo desse projeto. Assim cada um de nós assumiria um papel; visões diferentes que se envolveriam numa trama densa que ia da idade média aos dias atuais.
Parece não haver coerência na união dessas personagens. Elas sempre permearam espaços próprios ou singulares. Agora é a hora do encontro. Você pode imaginar o que poderá resultar desse encontro?
A Tríade entrará em cena brevemente e aproveitamos o momento para convidar-lhe, desde já, a conviver conosco nesse mundo no qual o consciente e o inconsciente se tocam; passado, presente e futuro se mesclam e o imaginário é construído como reflexo dos anseios e sonhos humanos.